...continuando...
...dois meses
depois de conhecer ela eu fui morar junto dela. Ou seja, um mês pra conseguir ficar com ela, um mês ficando, um mês namorando e depois morar juntas.
Sabem como é eu parava mais na casa dela do que na minha. Nos
finais de semana praticamente morava na casa dela. Quem é do meio a mais tempo
sabe como as coisas acontecem rápido né (quem tá em cima do muro uma hora vai
entender o que estou dizendo). Durante a semana eu ia pra casa dela e acabava
dormindo. Tinha que madrugar para ir na minha casa me arrumar para ir trabalhar. Enfim, acabei me mudando de mala e “escova de dente” para o APÊ dela.
Acredito que esse
foi o erro que cometi. Eu pulei a fase "vamos namorar, nos conhecer,
aprender uma sobre a outra e ver se vai dar certo". Fomos direto pro tudo
ou nada. E como todo "casamento" que se preze é óbvio que no começo
era tudo mil maravilhas. Aquela coisinha chamada paixão faz a gente esquecer o
resto. Vivíamos nos divertindo, saindo, rindo, brincando uma com outra e pra
completar rolava MUITO sexo (o que eu particularmente considero 60% de uma
relação – pra não exagerar demais rsrs). Parecia uma sintonia perfeita...
Quando minha mãe soube que eu tava morando com uma mulher passou
um bom tempo sem olhar pra minha cara direito. E eu enfrentei mais uma barra
com a família. Tive que ir aos poucos mostrando que ela era uma mulher bacana, uma pessoa do bem. Acho que o medo da mãe era que eu chegasse em casa com uma sapa
vestida de macho de boné virado pra trás. Nadaaaaa contra viu pessoal, tenho muitas
amigas assim. Mas, meu lance é mulher de verdade, NEM PRECISA SER TÃO FEMININA,
mas eu gosto de cabelos, peitos, bundas, corpos delicados, ou seja mulher que
me desperte desejo (embora eu também seja feminina). Ou seja, não sinto atração
por mulher que se veste de homem, sinto atração por mulher que é mulher.
Mas, voltando ao assunto (família) depois que todos conheceram ela
perceberam que ela era uma pessoa especial. Uma mulher com um coração incrível.
Dessas que não faz mal a ninguém. E talvez tenha sido essa qualidade que fez a
relação durar o tempo que durou (3 anos). Por que eu jamais conheci alguém de
tamanha ingenuidade e coração bom. Uma beleza interior de tirar o chapéu.
Mas, como nem tudo na vida é um mar de rosas... com o tempo,
vieram os defeitos uma da outra e foi então que eu pensei: “que merda eu fiz”.
Claro que amar alguém exige tolerância, respeito, exige que saibamos relevar os
defeitos, etc e tal. Mas, se eu tivesse namorado primeiro antes de juntar “as
escovas de dente” eu teria conhecido melhor as manias dela e daí sim saberia se
conseguiria lidar ou não. E ela também iria me conhecer melhor.
Aconteceu que... descobrimos que éramos muito diferentes uma da
outra. Eu totalmente social, sempre querendo estar com os amigos, fazer amigos,
sair, passear. Desse meu jeito que detesta monotonia e rotina (imagine só uma
libriana com ascendente em gêmeos – dois signos altamente sociáveis). Ela
totalmente caseira, do tipo que gosta de ficar sempre em casa de grudezinho.
Assim, eu amo namorar, amo um clima de romance, paixão, jantares a
luz de vela, adoro surpreender, provocar, estar juntinha, ficar colada. Amo beijar...
gosto muito de ficar beijando, acariciando, passando a mão nos cabelos (amo
cabelos femininos). Mas, o estar em casa dela era apenas deitar na cama do meu
lado e ficar assistindo TV ... OLHA SÓ O DESABAFO AQUI. Rsrs
Bom, e lógico vieram muitas outras diferenças. Eu gosto de praia e
ela odeia. Eu gosto de festas e ela não. Eu gosto de praticar esportes e ela é
sedentária. E por ai vai. Ela querendo me prender o tempo todo nela. Só ela e mais nada e mais ninguém. Me afastou dos amigos e todas as coisas que eu gostava de fazer. Até para visitar a minha mãe eu era controlada...
E foi assim começamos a entrar em conflito por qualquer
motivo, sempre que uma queria fazer uma coisa e a outra não. Discutir inclusive
por rotinas domésticas, afinal cada uma tem um jeito de organizar as coisas e
manter a limpeza. E isso tornou a nossa convivência uma rotina cansativa e
chata. Para completar problemas financeiros da parte dela fizeram ela se
desligar de mim totalmente... ela passou a se preocupar tanto com problemas que
acabou esquecendo-se de “nós” e criou um outro problema. Nossa relação, antes
deliciosa, se tornou uma amizade. Nem amor a gente fazia mais.
Eu acordava empolgadona num sábado de manha e dizia "Amor vamos passear em algum lugar, fazer isso, fazer aquilo... "
E ela "não, vamos dar a nossa voltinha na praça, fazer nosso almocinho, nosso cafézinho da tarde e passar a noite vendo TV juntinhas".
Eu acabei me acostumando tanto com essa rotina que acabei nem percebendo o quanto me fazia mal...
E eu fiquei tentando salvar a relação diversas vezes, de diversas
formas, conversei, chorei, continuei escrevendo bilhetinhos de amor, preparando
jantares especiais com vinho e tudo que fosse possível. Sempre tentando dar
força nos momentos difíceis.
Mas, como não sou de ferro... acabei ficando esgotada...
(VOU CONTINUAR NA SEXTA-FEIRA A NOITE CONTANDO OS PRÓS E CONTRAS
DA MINHA EXPERIÊNCIA DE VIDA A DUAS... E BOM DEPOIS EU VOU CONTAR COMO TÁ A
MINHA VIDA HOJE...)