terça-feira, 12 de julho de 2011

LIBERDADE!

De todas as coisas que eu sinto falta...

A que mais sinto falta do mundo hétero em que eu vivi por uma boa parte da minha vida é da liberdade. A liberdade de andar de mãos dadas na rua sem ser vista como um ser abominável. A liberdade de poder demonstrar meu sentimento quando sentir vontade sem ter que me esconder.A liberdade de falar com os amigos sobre o relacionamento...

É claro que não quero sair pela rua beijando para todo mundo ver. Até por que não acho isso legal nem da parte dos héteros. Tem lugares e lugares para cada coisa. Lugar pra agarrar, pra pegar, pra namorar. Mas, às vezes tenho vontade de fazer coisas simples, como pegar na mão na mesa do restaurante, de fazer carinho, de olhar nos olhos sem me preocupar com os que estão a volta.

Coisas tão simples, mas tão complicadas para quem é homossexual.

Infelizmente, desde que o mundo é mundo existem preconceitos. E assim será por que é difícil mudar a cabeça de tantos seres humanos carregados de ódio, tantos moralistas. Tanta gente que insiste em julgar os outros. Isso não vai mudar! E eu sei que tenho que me acostumar.

Até por que, eu moro numa cidade onde conheço muita gente, tenho meu emprego e querendo não por imposição da sociedade fico obrigada a me privar das minhas vontades e expressar minha verdade, meu sentimento, meu desejo.

E muitas vezes, fico deprimida por não poder fazer muita coisa para mudar a cabeça dessa gente que vive criando conceitos e achando que todo mundo deve seguir padrões. Outras vezes, porém, me sinto feliz por não ser uma pessoa padronizada. Uma pessoa que segue conceitos tolos do homem.

Fico realmente triste em ver como as pessoas se preocupam com o que outro é e com o que o outro faz. Querem brincar de Deus e dizer “você vai pro inferno por isso e por aquilo”...E no fundo ninguém é bom o bastante e correto o bastante para dizer o que é certo ou errado, para julgar o outro simplesmente por ele não seguir o que eles querem.

Diversidade! Diversidade está presente em tudo, na música, na cultura, nas religiões, nos esportes, na dança...etc... O mundo é diversidade!

Cada um tem direito de viver sua vida do seu jeito. Eu não quero ser militante e nem revolucionária. Eu quero apenas liberdade para expressar meus sentimentos. Eu quero apenas andar na rua e ser tratada normalmente, como ser humana que sou.

Ser humana que ama, que chora, que sofre, que trabalha, que estuda, que corre atrás dos sonhos, que tem respeito pelas diferenças.

Mesmo assim, sem a liberdade... Eu prefiro mil vezes amar do meu jeito. O amor sem preconceito que eu aprendi a viver. O amor que é tão bonito e tão puro quanto qualquer outro amor. O amor de uma mulher por uma mulher.

(ficou meio melancólico esse texto, talvez dramático, mas é o que eu penso e sinto)

Abraços a todas!