quarta-feira, 19 de maio de 2010

Saída do Armário - PARTE I

Bom, parece meio louco tornar pública a minha vida assim dessa forma, mas sei lá por que tenho vontade de dividir com vcs como foi que aconteceu comigo. Como eu me descobri, como eu sai do armário e entrei de vez nessa vida que eu sempre quis.
Acho que pode ajudar algumas pessoas que tem medo ou que estão em dúvidas... ou não...
Pode ser talvez apenas uma história louca, de uma louca mulher que gosta de mulheres e é feliz assim...

hoje começo a dividir com vcs minha história, o começo é chatinho, vai falar um pouco da minha infância e adolescência, mas eu sei que é lá que tudo começou...
espero que gostem

um abraço a todas!

PARTE I

Este relato surgiu da vontade de compartilhar minha história com pessoas que talvez tenham vivido situações parecidas, ou que estejam vivendo. De certa forma não deixa de ser uma biografia, porém com intenção de dividir os sentimentos, as frustrações, as dificuldades e os bons momentos vividos durante a minha experiência, uma vez que muitas pessoas passam por esse tipo de situação, enfrentam as mesmas dificuldades que enfrentei e muitas vezes não podem compartilhar.
O relato começa com um breve resumo da minha infância e adolescência, uma vez que é a partir desses momentos que surgem as primeiras dúvidas quanto a minha orientação sexual.
Não cito nomes das pessoas pra preservar e respeitar é claro!!!


Tudo começou em outubro de 1983, numa noite de domingo, naquele dia nascia uma pequena menina, com um pouco mais de 3 Kg , olhos verdes e cabelos claros. Nesse caso, quando resolvi vir ao mundo, meu pai estava num jogo de futebol e veio para casa às pressas levar aa mãe ao hospital, quase nasci dentor de um fusca que meu pati tinha naquela época.
Meus irmãos, mais velhos ficaram muito contentes pela irmãzinha que acabara de nascer. Eu era o xodó da família (até revelar que era Lésbica, depois disso passei a ser ovelha negra...rs vocês vão entender mais a frente)

O meu nascimento foi a última fase do “felizes para sempre” dos meus pais que se separam quando eu tinha 3 anos de idade. Infelizmente meu pai tinha problemas sérios com dependência química, e tem até hoje.
Após a separação dos meus pais, minha mãe precisou ser forte, batalhando sozinha pelo futuro dos filhos, lutando para nos dar uma vida digna, e além de enfrentar essa batalha, ela ainda travava uma verdadeira guerra consigo mesma, devido ao amor que cultivava pelo meu pai, mesmo sabendo que ele não conseguia se afastar da dependência química e viver uma vida normal ao lado da sua família. Família que ele abandonou.

Aos 04 anos de idade comecei a freqüentar uma escola Municipal que ficava próxima a minha casa. Contam-me que eu era uma criança muito sapeca, que fugia da escola, me escondia embaixo das mesas e fazia coisas bizarras. Aos cinco perdi minha avó que era quem cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava pra sustentar a gente. E aos 07 anos de idade, meu irmão mais velho saiu de casa.

Minha avó não me deixava brincar com meninos, por que temia que brincando com meninos eu me tornaria "um menino"... Ela percebeu de fato que gostava de brincadeiras de meninos desde pequena.

Não lembro de ter sentido falta do meu pai, talvez por que fosse muito pequena quando eles se separaram. Nunca fez diferença na minha vida vê-lo ou não. Sempre foi como um estranho, alguém que eu não conseguia aceitar devido às tristezas que trouxe para a família.

Quando criança eu era uma menina moleca. Gostava de aventuras, subir em árvores, andar nos muros e jogar futebol. Nunca gostei muito dessas brincadeiras de boneca e casinha, como toda menina que se preze, embora eu também tenha brincando. Lembro-me que quando brincava de casinha o casal sempre se separava ou brigava, ou seja, nunca viviam felizes para sempre. Geralmente brincava no meio dos meninos que eram meus primos e quase sempre era futebol.

Desde os tempos de infância, muita gente comentava que eu seria “mulher-macho” expressão que usavam para denominar a palavra “lésbica”. Tios e professores falavam isso para minha mãe, com razão, pois eu realmente agia como um menino jogando futebol e brigando com meus primos.

PS:. MAS HOJE EU SOU UMA SAPINHA BEM FEMININA PODEM APOSTAR!!!

Continua... (pq se não vai ficar muito grande pra ler)...rs

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