quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Mãe eu casei com uma mulher (parte II)


...continuando... 

...dois meses depois de conhecer ela eu fui morar junto dela. Ou seja, um mês pra conseguir ficar com ela, um mês ficando, um mês namorando e depois morar juntas.

Sabem como é eu parava mais na casa dela do que na minha. Nos finais de semana praticamente morava na casa dela. Quem é do meio a mais tempo sabe como as coisas acontecem rápido né (quem tá em cima do muro uma hora vai entender o que estou dizendo). Durante a semana eu ia pra casa dela e acabava dormindo. Tinha que madrugar para ir na minha casa me arrumar para ir trabalhar. Enfim, acabei me mudando de mala e “escova de dente” para o APÊ dela.

Acredito que esse foi o erro que cometi. Eu pulei a fase "vamos namorar, nos conhecer, aprender uma sobre a outra e ver se vai dar certo". Fomos direto pro tudo ou nada. E como todo "casamento" que se preze é óbvio que no começo era tudo mil maravilhas. Aquela coisinha chamada paixão faz a gente esquecer o resto. Vivíamos nos divertindo, saindo, rindo, brincando uma com outra e pra completar rolava MUITO sexo (o que eu particularmente considero 60% de uma relação – pra não exagerar demais rsrs). Parecia uma sintonia perfeita...

Quando minha mãe soube que eu tava morando com uma mulher passou um bom tempo sem olhar pra minha cara direito. E eu enfrentei mais uma barra com a família. Tive que ir aos poucos mostrando que ela era uma mulher bacana, uma pessoa do bem. Acho que o medo da mãe era que eu chegasse em casa com uma sapa vestida de macho de boné virado pra trás. Nadaaaaa contra viu pessoal, tenho muitas amigas assim. Mas, meu lance é mulher de verdade, NEM PRECISA SER TÃO FEMININA, mas eu gosto de cabelos, peitos, bundas, corpos delicados, ou seja mulher que me desperte desejo (embora eu também seja feminina). Ou seja, não sinto atração por mulher que se veste de homem, sinto atração por mulher que é mulher. 

Mas, voltando ao assunto (família) depois que todos conheceram ela perceberam que ela era uma pessoa especial. Uma mulher com um coração incrível. Dessas que não faz mal a ninguém. E talvez tenha sido essa qualidade que fez a relação durar o tempo que durou (3 anos). Por que eu jamais conheci alguém de tamanha ingenuidade e coração bom. Uma beleza interior de tirar o chapéu.

Mas, como nem tudo na vida é um mar de rosas... com o tempo, vieram os defeitos uma da outra e foi então que eu pensei: “que merda eu fiz”. Claro que amar alguém exige tolerância, respeito, exige que saibamos relevar os defeitos, etc e tal. Mas, se eu tivesse namorado primeiro antes de juntar “as escovas de dente” eu teria conhecido melhor as manias dela e daí sim saberia se conseguiria lidar ou não. E ela também iria me conhecer melhor.

Aconteceu que... descobrimos que éramos muito diferentes uma da outra. Eu totalmente social, sempre querendo estar com os amigos, fazer amigos, sair, passear. Desse meu jeito que detesta monotonia e rotina (imagine só uma libriana com ascendente em gêmeos – dois signos altamente sociáveis). Ela totalmente caseira, do tipo que gosta de ficar sempre em casa de grudezinho. 

Assim, eu amo namorar, amo um clima de romance, paixão, jantares a luz de vela, adoro surpreender, provocar, estar juntinha, ficar colada. Amo beijar... gosto muito de ficar beijando, acariciando, passando a mão nos cabelos (amo cabelos femininos). Mas, o estar em casa dela era apenas deitar na cama do meu lado e ficar assistindo TV ... OLHA SÓ O DESABAFO AQUI. Rsrs

Bom, e lógico vieram muitas outras diferenças. Eu gosto de praia e ela odeia. Eu gosto de festas e ela não. Eu gosto de praticar esportes e ela é sedentária. E por ai vai. Ela querendo me prender o tempo todo nela. Só ela e mais nada e mais ninguém. Me afastou dos amigos e todas as coisas que eu gostava de fazer. Até para visitar a minha mãe eu era controlada... 

E foi assim começamos a entrar em conflito por qualquer motivo, sempre que uma queria fazer uma coisa e a outra não. Discutir inclusive por rotinas domésticas, afinal cada uma tem um jeito de organizar as coisas e manter a limpeza. E isso tornou a nossa convivência uma rotina cansativa e chata. Para completar problemas financeiros da parte dela fizeram ela se desligar de mim totalmente... ela passou a se preocupar tanto com problemas que acabou esquecendo-se de “nós” e criou um outro problema. Nossa relação, antes deliciosa, se tornou uma amizade. Nem amor a gente fazia mais.

Eu acordava empolgadona num sábado de manha e dizia "Amor vamos passear em algum lugar, fazer isso, fazer aquilo... "
E ela "não, vamos dar a nossa voltinha na praça, fazer nosso almocinho, nosso cafézinho da tarde e passar a noite vendo TV juntinhas".

Eu acabei me acostumando tanto com essa rotina que acabei nem percebendo o quanto me fazia mal...

E eu fiquei tentando salvar a relação diversas vezes, de diversas formas, conversei, chorei, continuei escrevendo bilhetinhos de amor, preparando jantares especiais com vinho e tudo que fosse possível. Sempre tentando dar força nos momentos difíceis.

Mas, como não sou de ferro... acabei ficando esgotada...

(VOU CONTINUAR NA SEXTA-FEIRA A NOITE CONTANDO OS PRÓS E CONTRAS DA MINHA EXPERIÊNCIA DE VIDA A DUAS... E BOM DEPOIS EU VOU CONTAR COMO TÁ A MINHA VIDA HOJE...) 

3 comentários:

  1. Nossa, bem complicado hein!
    Passei por isso também, a rotina acabou com a paixão. Librinas são incontroláveis, né! Adoramos sempre uma socializada!!!
    Espero que você tenha superado!
    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. verdade Camila... librianas né! A gente gosta de equilíbrio. Para nos acompanhar a pessoa não pode ser nem demais e nem de menos. A gente curte socializar, estar em contato com pessoas e ao mesmo tempo gostamos de momentos a sós... tudo gira em torno do equilíbrio...

      Excluir
  2. Alguém que goste de mulher quereste me conhece?

    ResponderExcluir